O professor e crítico literário Antonio Candido em cujo texto O francês instrumento de desenvolvimento, publicado em 1977, mostra como foi aqui no Brasil o percurso do francês como língua universal em fins do século XVIII e ao longo do século XIX.
O autor diz que “graças ao francês que pudemos ver o mundo, que adquirimos o senso da História, que lemos os clássicos de todos os países, inclusive gregos e romanos”.
E acrescenta que o contato com a língua e a cultura francesa nos permitiu adquirir maior humanidade nas questões sociais, uma vez que não apenas a elite dominadora delas se alimentava, mas também as classes dominadas buscavam sua inspiração nos ideais revolucionários franceses.
A influência francesa era tão grande que o hino nacional francês, no início do século XX, era executado em manifestações políticas, em comícios, em reuniões operárias.
Em decorrência, torna-se obrigatório o ensino da língua francesa na escola secundária, e as bibliotecas particulares e públicas eram repletas de obras em francês.
A influência da cultura francesa se deu não somente na literatura, nos costumes, nos perfumes, nas maneiras de vestir, falar, decorar a casa, mas especialmente, na culinária.
A França é tradicionalmente o país da gastronomia que se esmera no bom gosto e na destreza no preparo das refeições.
A influência da culinária francesa ocorre no Brasil quando a família real chegou ao Brasil, em 1808, fugindo, por incrível que pareça, das tropas francesas.
Com a abertura dos portos e a lei de incentivo à imigração, muitos estrangeiros padeiros e cozinheiros franceses vieram para o Brasil e passaram a difundir a culinária, de maneira que o bachamel, a mostarda, os mousses e omeletes entraram para o cardápio, da mesma forma as expressões francesas como chef, maître e garçon.
Foram os franceses aqui residentes que criaram as confeitarias que vendia rissoles e creme de chantilly e as padarias que vendia baguetes, croissants e brioches.
Aos poucos os suflês, os patês e os crepes adentraram facilmente na mesa brasileira, e nas recepções suntuosas das ricas residências brasileiras, os garçons que serviam canapés vestiam-se como se estivessem em Paris.
Da mesma forma, o vinho passou também a ser servido, sendo sempre observados a coloração, o bouquet e a densidade.
Já a disseminação de restaurantes franceses, no final do século XIX e início do XX, contribuiu para divulgar a cultura gastronômica francesa em terras brasileiras.
Em 1935 o restaurante Freddy é inaugurado em São Paulo, em 1954, é fundado pelo casal Roger e Fortunée Henry o primeiro bistrô genuinamente francês, La Casserole em cujo cardápio continha pratos clássicos da gastronomia francesa, como gigot d’agneau, rognons au Beaujolais, entre outros.
No livro Cartas A Um Jovem Chef, de Laurent Suaudeau, por meio de perguntas e respostas, Laurent divide seu conhecimento, discute e explica a profissão de chef, dando informações aos interessados na gastronomia.
É sem dúvida, que a gastronomia francesa é caracterizada pelo sabor sofisticado e técnica requintada e provençal.
É a culinária mais elegante, clássica, sofisticada e refinada do mundo.
La santé!
O que você encontrará neste post:
6 curiosidades peculiares da cultura francesa
A França é um belo país, riquíssimo culturalmente e, tal como toda a cultura, possui suas peculiaridades e unicidades, sendo, portanto, bela como um todo. Entretanto, aos olhos de outros países, podem parecer estranhos alguns hábitos, costumes ou até mesmo leis.
O que não é incomum, afinal, todo mundo acha o outro um pouco estranho.
A beleza das diferenças é o que torna o mundo um lugar tão lindo pela vastidão de culturas diferentes. Cada um com sua peculiaridade, e a França não é diferente.
Como no Brasil temos o hábito de escovar os dentes depois do almoço em escritórios, aeroportos e restaurantes – o que os europeus consideram bastante incomum –, os franceses também possuem suas próprias peculiaridades culturais.
Assim, confira 15 curiosidades intrigantes, geniais e belas da cultura francesa.
Vai do leitor avaliar o que considera ou não estranho, afinal, é tudo questão de ponto de vista, não é mesmo?
Os franceses são os maiores produtores de vinho
Enganou-se quem pensou em Itália. Mas são eles, os franceses, os maiores produtores do mundo no quesito.
Os franceses têm o costume de tomar banho todos os dias, sim
Isso não é regalia apenas dos brasileiros.
Entretanto, eles não possuem o hábito de utilizar desodorante. E nem se incomodam com o cheiro do suor (afinal, é corpo humano, né?).
Os franceses possuem uma alimentação bastante saudável, abusando bastante de saladas na dieta
Apesar de que a saladinha compensa, fazendo dos franceses um povo quase zerado no quesito obesidade.
Porém, não escovam os dentes após as refeições como nós, brasileiros, fazemos. Além disso. é um hábito, que pode ser um pouco incomum para os brasileiros, é que os franceses dividem a escova de dente.
E por isso, é comum, aos 40 anos, os franceses apresentarem problemas dentários graves.
Diferentemente do calor do brasileiro, os franceses são mais frios e não costumam demonstrar afeto ou abraçar
Apesar disso, é comum os franceses se cumprimentarem e se despedirem com dois beijinhos na bochecha.
- Uma curiosidade peculiar é que as piadas contadas por franceses geralmente têm belgas sendo os principais alvos.
Exemplo de piada:
Os belgas dizem que, “para um francês cometer suicídio, tem de apontar a arma 15 centímetros acima da cabeça”.
A máquina de lavar deles geralmente é colocada no banheiro
E eles possuem dois banheiros: um para o vaso e outro para o chuveiro.
E, por fim, se um homem sai duas vezes com uma mulher, eles já são considerados namorados
Pode parecer incomum os fatos também de porcos não poderem se chamar Napoleão ou de não existirem pães franceses (o cacetinho, no ‘gauchês’) nas padarias francesas. Porém, o que não se pode negar é que é uma cultura que dá vontade de entrar de cabeça e conhecer o máximo que for permitido.
A história da língua francesa
Apesar de não ser a língua mais falada do mundo, o francês é um idioma presente na vida de habitantes de 47 países em 5 continentes, somando um total de 247 milhões de pessoas falantes nativas.
Além da França, também é língua oficial da Suíça, Bélgica, África norte-ocidental, Guiana Francesa, Haiti, Madagascar, Indochina e parte do Canadá.
As origens da língua francesa
Os gauleses, um povo celta, foram os primeiros a habitarem as terras da França e abandonaram a sua língua de origem assim que Júlia César conquistou o território, adotando o latim popular. Por volta do século VII, as invasões dos povos bárbaros de origem alemã e a adoção de palavras gregas deram origem a um latim modificado.
Com o tempo, a língua já era aceita por grande parte do território hoje conhecido como França, e já era falada por todas as classes sociais, incluindo a nobreza. Com essas modificações cada vez mais recorrentes, devido à mistura de línguas, o francês começava a tomar sua forma.
Em meados do século VI, as modificações já feitas foram traduzidas para o francês antigo, na época chamado romance, e exatamente no século VIII, foi solicitado à igreja, por Carlomagno, o uso da língua local.
Evolução da língua francesa
Duas línguas surgiram durante a Idade Média chamadas langue d’oïl, localizada ao norte do rio Loire, e langue d’oc, exatamente ao sul. A partir de cada uma, vários dialetos tiveram sua origem. Aqueles que surgiram a partir da langue d’oïl eram chamados de Île-de-France, frâncico, borgonhês e pictavino (Poitou).
Já a langue d’oc, ao sul originou o auvernês, languedociano, bearnês e lemosino, e a língua também foi chamada de provençal, usada por trovadores e poetas da época. Com toda essa evolução, surgiu então o francês moderno, derivado do dialeto Île-de-France.
O francês hoje
A França tornou-se o país mais visitado do mundo, e sua capital, Paris, recebe milhares de turistas durante o ano todo. Surgiu então, o interesse de se aprender francês. O idioma é o terceiro mais ensinado no mundo, ficando atrás somente do inglês e espanhol.
Para aqueles que gostam de viajar, uma boa fluência pode ser muito útil para uma comunicação melhor no mundo todo. Pois certamente, fora do Brasil, você encontrará muitas pessoas que não falam inglês nem espanhol, mas falam o francês por ser sua língua nativa, ou segunda língua.
Antigamente, no ensino brasileiro, a língua francesa era obrigatória e fazia parte de todas as grades curriculares, se tornando uma disciplina ensinada entre a 1ª e 4ª série. Com o passar dos anos, foi substituída pelo inglês.
Ao todo, no mundo inteiro, a língua é falada por aproximadamente 500 milhões de pessoas. Por ser um país com grande influência gastronômica, cultural, artística, tecnológica e educacional, o idioma entrou para as línguas oficiais da ONU, Olimpíadas e UNESCO.
Além da inclusão social, o francês também tem grande importância no mercado de trabalho, possibilitando acesso ao Canadá, países da África, entre outros.
Dessa forma, podemos ver que a língua tem grande influência mundialmente, tanto nos tempos passados, como nos tempos modernos.
Francês para gastronomia
Falar que a gastronomia francesa é uma das melhores do mundo é simplesmente indiscutível.
Por isso, torna-se inevitável nos lembrar das relíquias alimentares da França que fazem dela a melhor cozinha do mundo. Veja bem, um país que consegue codificar 297 formas de preparar o ovo, com mais de 125 tipos de omelete, faz a história da gastronomia, não é mesmo?
Mas, vamos lá. A origem da cozinha francesa está na Idade Média. Época em que o alimento se baseava nos cereais, assim, o pão torna-se o alimento principal, consumido na ceia, junto ao vinho.
A História das Mentalidades nos informa que o hábito de comer deitado, como os romanos, é substituído pelo hábito de comer sentado, não somente pela mudança de costumes e época, mas para outra cultura, como a França medieval, que priorizava o corte das carnes.
A gastronomia francesa já era referência na Renascença, quando é impresso Le Viandier, primeiro livro de culinária francesa, cuja influência medieval é muito forte. De lá pra cá, ocorreram muitas transformações na gastronomia como um todo, mas a francesa, permanece atual, servindo de estímulo para a cozinha mundial.
- Ai se pronuncia e, então, plaisir você pronuncia plesir.
- Au se pronuncia o, então, au revoir você pronuncia orrevoar.
- Eau se proncuncia ô, então, beau você pronuncia bô. Il est beau.
- Agora, aux e eaux se pronuncia o, então Bordeauxe você pronuncia bordô.
- O aux é também plural de várias palavras masculinas, como chevaux.
- Atenção ao o+i que juntos se pronuncia ao, então pourquoi você pronuncia purquoa. Da mesma forma, moi você pronuncia moá.
Veja se com essas dicas você consegue pronunciar os nomes de alguns destes alimentos.
- la boulette de viande: almôndega
- la viande hachée: carne moída
- le lapin: coelho
- une lentille: lentilha
- la sauce: tomate molho de tomate
- la purée de pommes de terre: purê de batatas
- le chou-fleur: couve-flor
- l’eau minérale (plate/gazeuse): água mineral (sem/com gás)
Como é celebrado o natal na França?
Família e tradição são palavras que descrevem o Natal da França. Os franceses consideram a festa natalina como uma oportunidade de agradar os parentes. Além disso, é um momento para relembrar a infância e encontrar com a família.
Na mesa de Natal dos franceses é comum encontrar ostras, foie gras, oescargots e salmão fumado. O prato principal francês é bem semelhante a um de nossos pratos: peru assado acompanhado de castanhas cozidas a vapor e recheado de uma mistura de carnes de porco, alho, cebola e cravos da índia.
“Bûche de Noël” é a sobremesa típica dos franceses. É um bolo à base de manteiga recheado com um creme de chocolate.
Para finalizar a ceia de Natal, é servido um café ou um chá, juntamente com chocolates e petit fours.
Curso de Francês
Quem não se lembra dos comensais satisfeitos que deixam o passado de lado, se dão as mãos e entram em perfeita harmonia depois do jantar maravilhoso em A festa de Babette, ou o sonho em ser confeiteira da tímida e meiga Angélique, em Romântico Anônimos. E Hortense Laborie, única mulher na cozinha do palácio do Elysée, em Os sabores do Palácio.
Se você, profissional ou amador, que ama cozinha francesa e quer, além de preparar pratos franceses sofisticados, saber pronunciar bem o nome de cada um, o francês na gastronomia da Ateneo Idiomas vai te ajudar.
Para quem conhece técnicas de corte como julienne, brunoise e concassé, o conceito de organização mise en place, nome de entradas como hors-d’oeuvre, passando por um atraente vinho, por exemplo o Chateau Pape Clement Grand Cru Classe, a alguns pratos principais como Confit de canard e o magret de canard e finalizando com uma sobremesa inesquecível como Millefeuilles, é importante saber falar bem.
Mas, você sabe pronunciar todos esses nomes corretamente? Ainda não?
Então venha para Ateneo Idiomas e faça o curso de Francês aqui.
Textos de apoio:
https://pt.slideshare.net/jaquegleal/contribuicao-da-gastronomia-francesa-na-brasileira
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